quarta-feira, fevereiro 27

Crônicas by João Paulo Arnaud. PARTE 2

Lembro de ter acordado estranho aquele dia, uma mistura de sentimentos me confundiam, mas não sabia bem o que sentia... levantei cumpri minha rotina matutina, a casa estava limpa, cozinha arrumada, tudo nos seus devidos lugares, tudo tão fake, eu estava sozinho, Linda tinha viajado na noite anterior, sozinho no meu mundo de plástico... Na noite passada percebi que Linda havia notado em mim uma frieza disfarçada nossas noites de amor não eram mais as mesmas, pensei que estava velho demais pra aquele amor de chamas quentes e pouco carvão, pensei que talvez eu fosse o problema, mas não queria mudar minha vida nem aceitar que cometi um erro, como uma criança mimada que enjoa facilmente de seus brinquedos, também não queria magoar mais ninguém.
Quando cheguei na casa de campo queria parecer disperso e evasivo queria aparentar a velha e habitual falsa alegria, mas foi só ver a imagem de minhas meninas e a mãe sentadas a mesa rindo e falando alto que meus pensamentos viajaram em velocidade máxima para o passado. Nem me lembrava mais o quanto ouvir o sorriso delas me fazia bem. Fiquei para admirando aquela imagens queria só esta ali, queria pedir desculpa por ter estado tão distante quando elas precisaram de mim, desejei não ser aquele que sempre será lembrado por um adeus, pela ausência, por não ser quem deveria. Cris soube criar as meninas muito bem elas eram lindas e educadas e definitivamente sabiam perdoar.
___ Ta fazendo o que ai parado pai? Entra!
___ Hum!? Nada! nossa a casa continua a mesma! Respondi confuso!
___ E você continua o mesmo, atrasado como sempre, estamos morrendo de fome. Falou Cris colocando o Bolo de laranja na mesa.
Nossa aquele cheiro de bolo de laranja de manhã cedo... Lembrei de nosso primeiro ano juntos, Tanta coisa nova pra vivar, tantos planos, amor, sexo, bolo de laranja, bolo de laranja tem cheiro de amor definitivamente.
___ Desculpe, desculpe, tive que resolver algumas coisas.
___ Então vem pai senta com a gente.
Por horas conversamos, rimos relembramos coisas... por vezes me perdi profundamente perdido em pensamentos de saudades, em noites de frio todos juntos na mesma cama, de quando colocava as meninas pra dormir, de tomar vinho e jantar no jardim, de tudo que tinha e perdi, de tudo que tinha e não dei valor, de tudo que troquei por uma vaga esperança de felicidades momentâneas.
Eu estava tão feliz e ao mesmo tempo me sentia tão mal por saber que aquele não era mais meu mundo, eu nunca mais viveria aquilo, teria que me contentar com esses poucos momentos e com a ideia de que a mulher que mais amei me via com um hospede indesejado, um alguém pra suporta pelo bem de uma familia que a tempos não existe mais...

Continua!

terça-feira, fevereiro 26

É complicado!


Crônica. By João Paulo Arnaud.

Eu vivi 10 anos com minha ex esposa, fui muito feliz, nós estávamos tentando entender quem nós eramos e onde queríamos chegar, trabalhávamos muito tivemos um casal de filhos, uma alegria pra nossas vidas, mas também muito mais trabalho e incertezas, queríamos uma vida confortável por isso trabalhávamos tanto, e um dia percebemos que aos poucos tínhamos cada vez menos tempo pra gente, estávamos cansados no fim do dia, trocávamos poucas palavras, mas ainda conseguíamos rir de vez em quando. O tempo passou e por 10 anos vivemos essa rotina, embora nos últimos dois anos nada mais era engraçado, por mais que nos esforçássemos nada mais parecia igual. Então um certo dia conheci uma garota, bem mais nova do que eu, era seu professor em uma faculdade, no começo fugi, quis negar, mas no final acabei ficando com ela. Eu encontrava nela tudo que não tinha em casa, foi paixão e no começo me sentia mal por isso, mas quando percebi estava tendo um caso. Não achava justo continuar aquilo então um dia( confesso um pouco forçado pela menina resolvi me separar) na minha cabeça nada mais fazia tanto sentido quanto aquilo. Fui pra casa, juntei minhas forças, ensaiei algumas vezes, e falei " Quero me separar, tenho outra " não imaginava que minha ex esposa sentiria tanto essas palavras, sua frieza habitual caiu pelo chão, ela implorou, chorou, mas eu estava decidido estava certo que tinha o controle de minha vida... depois de muita conversa levantei e sai... Arrumei minhas malas, olhei para casa que havia vivido por 20 anos, um arrependimento gritava lá no fundo do meu coração, mas eu estava cego, cego de paixão. Abri a porta lentamente, ela ainda chorava sentada no sofá, as crianças não entendia bem o que estava acontecendo... olhei pela última vez por cima do ombro... me deu vontade de chorar... mas fechei a porta e sai... Depois disso durante cinco anos poucas vezes falei com minha ex esposa... eram apenas palavras cheias de amargura e dor... Durante esses cinco anos vivi feliz com minha nova esposa, ela era jovem cheia de vida e de amor pra dar, elá trabalhava, nunca cozinhava, tinha muita vivacidade... Bem diferente de minha ex. Um belo dia no super mercado entre amaciantes e alvejantes encontrei Cris... era assim que costumava chamar minha ex... Ainda não sei bem, se foi a cerveja que eu estava tomando desrespeitando o cartaz do supermercado que dizia: Não consumir bebidas dentro do estabelecimento ou era a mais pura verdade... mas ela parecia mais bonita do que nunca... Parecia menos estressada, mais feliz, LINDA. Fingi que estava desatento tinha medo de contestar que tudo que havia pensado era verdade... Ela estava mesmo mais feliz? Mas era tarde demais ela já vinha na minha direção...
___ Oi, falei fingindo surpresa.
___ Oi você fazendo compras, Nossa! que mudança!
___ Pois é... até que gosto ( Menti, definitivamente )
___ Mas e ai como vocês está? Onde esta a adolescente? Ela falou com sorriso irônico que só ela sabe dar.
___ Ela não é adolescente, e pra sua informação ela esta trabalhando!
Eu simplesmente não conseguia parar de pensar no quanto ela estava bonita, parecia mudada, eu não conseguia disfarçar meu olhar.
___ Lembre-se que o aniversário de seu filho é amanhã na casa de campo, e ele espera por você, não vá decepciona-lo.
___ Eu não esqueci... chegarei pela manhã e acho que irei sozinho pois a Linda terá que viajar a trabalho!
___ Que seja, só não decepcione seu filho!
Quando poderia imagina que aquele dia mudaria totalmente minha vida? Como poderia imaginar que o amor me daria outra chance pra ser feliz!

Continua...

quarta-feira, maio 2

Acho mesmo que sou diferente das outras pessoas, talvez um pouco louco, fico observando as pessoas pelas ruas enquanto venho do trabalho, imaginando o que cada uma delas esta pensando, o que estão vivendo, queria entender o mundo delas... Ontem mesmo passei por uma menina chorando... Ela vinha em uma bicicleta, usava blusa branca, shortinho jeans, o cabelo amarrado tipico de alguém que não estava nem ai para aparência , não naquele momento, parecia meio perdida, os olhos olhavam distante e as lagrimas molhavam seu rosto...Logo pensei... Um namorado infiel, mas talvez a morte de um parente amado... Tive vontade de segui-la, tive vontade de para-la, é terrível ver alguém sofrer assim ainda mais alguém que não esconde seu sofrimento... Pensei nessa dor de chorar, assim enquanto caminha na rua, sem ligar em que os outros vão pensar... mas aquela foi a única e última vez que vi aquela garota... segui em frente e percebi um casal que conversava encostado em um carro, ele estava com o braço sobre o ombro dela olhando fixamente em seus olhos. Ela tinha os dois braços cruzados, um olhar compenetrado e distante... Pensei... Ela quer acabar o namoro mas não sabe como, não havia amor nem carinho naquele olhar...O braço dele sobre o pescoço dela dizia... M e dê uma chance eu errei mas te amo... Não sei como isso terminou, nem sei mesmo se é tudo coisa de minha cabeça... Mas sou assim adoro imaginar a vida das pessoas como uma novela, como filmes, como livros que vou escrevendo em minha cabeça...Eu acho que deve existir outro alguém assim... que já criou mil histórias de minha vida também... Coisas de quem a vida passa, mas não despercebida.

segunda-feira, março 26

Eu, minha mãe e o câncer.

                                                     

Era um fim de tarde como outro qualquer, eu voltava pra casa do trabalho depois de um dia estafante e desgastante, já haviam se passado alguns dias que não visitava minha mãe como costumava fazer todo final de tarde,por muitos motivos esses finais de tarde juntos estavam ficando cada vez mais raro... Lembro que pela manhã ela me ligou:
____ Oi mão, tudo bem?
____ Tudo!
____ Porque ta ligando?
____ Nada especial, só pra falar com você, nunca mais veio aqui...
____ Tá bom, tava pensando mesmo em passar ai...
____ Certo agente se vê mais tarde.
Desliguei o telefone pensativo, algo na voz dela estava diferente, eu conhecia bem aquela voz, eu conhecia bem o timbre daquela voz... O dia passou em uma correria incrível quase esqueci do telefonema, e da promessa de passar na casa de minha mãe, mas quando já estava quase chegando em casa resolvi voltar e fazer o que tinha prometido... Todo o caminho estava pensativo, algo não esta certo...pensei... lembrei que minha mãe tinha feito uns exames para tira alguns nódulos da bexiga, os médicos disseram que não era nada demais apena pólipos nódulos benignos, e que ela ficaria logo boa. No caminho pensei no tempo em que eu era criança e que vivíamos todos juntos em uma mesma casa, lembro de minha mãe mais jovem, senti uma felicidade aquecendo meu coração só de lembrar aqueles dias. Mas a alegria duraria pouco naquele fim de tarde, iria se esvair com o vento, lembranças perdidas pelo tempo... Quando me aproximei da casa de minha mãe de longe eu a vi sentada na causada, não tinha percebido antes o seus cabelos já bem bracos, mesmo de longe pudi sentir sua feição cansada e triste, senti medo... senti vontade de chorar... senti que deveria ser forte... disse pra mim mesmo não é nada estou criando coisas na minha cabeça... senti que estava mentindo... e queria mesmo me deixar enganar.
Preparei minha melhor cara, só pra ela achar que estava bem, me revesti de uma coragem que realmente não tenho mas que sei como ninguém dissimular.... força pensei... sorria pensei...
____ Boa tarde, (não sabia bem o que dizer e foi o melhor que consegui)
____ Boa tarde meu filho... como foi seu dia... ela sorriu, pensei então não é mesmo nada demais
____ Foi bom mãe, estou um pouco cansado mas estou bem e a senhora? ( tive que perguntar mas fingi não ligar muito).
____ Estou bem. falou ela incerta....
____ E aqueles exames deu tudo certo??
____ Não, o resultado foi justamente o que agente temia que fosse...
____ Como assim? Meu coração agora estava a mil, minhas pernas bambearam olhei bem nos olhos dela e por um segundo todas aquelas lembranças boas viraram um furacão na minha cabeça, todos os momentos com ela, ficaram nítidos demais e aos poucos foram se afastando, sumindo até se apagarem...
____ O medico falou que estou com câncer e é maligno.... Uma pausa... naquele momento todas as forças dela pareciam ter ido embora junto com a primeira lágrima que caiu. Não consegui mais evitar, não sou de chorar, quase nunca choro, sou do tipo que sofre calado e que segura até uma tonelada de sofrimento, mas aquela dor... não eu não pudi segurar... foi pior do que tudo que havera sentido antes.... Baixei a cabeça ela pesava muito, o peso de uma vida que parecia se distanciar. O que pensei naquela hora? nem consigo lembrar direito... mas lembro que senti um medo tão forte que jamais pensei que existisse...
____ Minha vida vai mudar muito a partir de hoje eu nem sei como vai ser... Ela falou agora com um tom de voz baixo de alguém derrotado de alguém que teme o futuro...
        Não consegui responder nada por alguns minutos... e o que poderia dizer pensei.... Mas algo deveria ser dito...
____ A senhora precisa ser forte, todos precisamos, nada está perdido, muita coisa vai mudar é verdade mas o nosso amor e nossa união nunca mudara, vamos nos unir ter fé, e mudar essa situação...
     Ela não parecia convencida, mas deu um sorriso amarelo e respondeu:
____ Claro que vamos, tenho muita fé, são só tempos ruins...
       E eu sorri sem graça.... Passamos alguns minutos calados, trocamos algumas outras palavras e eu fui embora... Mas antes olhei bem pra minha mãe, nunca tinha percebido o quanto ela estava velhinha, e agora parecia mais frágil que nunca.... No caminho de volta chorei pensei na morte, no vazio, na saudade, em tudo que queria dize-la... Tive ódio do câncer... fiz mil questionamentos, vi minha vida no futuro, me senti tão sozinho...
      Os dias se passaram, tivemos outros encontros, mas tenho me afastado não sei por que tenho medo do que vou ouvir eu acho, apesar de que as coisas estão indo bem, uma bateria de exames, dias mais difíceis outros até conseguimos sorri e assim o tempo vai passando e espero no futuro escrever coisas boas no final desse post que vou deixar assim aberto cheio de expectativas e esperanças. Esperando um final feliz...






Continua...

     

sexta-feira, março 23

Amor maldito amor

Não conheço nada mais doce, intenso, perigoso, escravizador, cruel, insensato, arrebatador que o amor... As vezes me sinto completamente impotente diante de sua força destruidora. Vejo amigos pagando um preço alto por te-lo encontrado no caminho... Lágrimas vi muitas rolarem de rostos em pedaços, sorrisos amarelo e voz embargada " Eu não consigo para de amar" é o que todos dizem... Me sinto tão triste de não poder trazer alivio para essa dor... Eu que já vivi intensamente o amargo desse sofrimento, me sinto como um médico frente a um paciente em estado terminal, não a muito o que dizer, por que o amor esta alem das palavras, e as palavras já não aliviam mais. Costumo baixar a cabeça e dizer... " sinta essa dor, mas sinta intensamente, até a ultima gota não deixe nada pra depois, por que o amor é assim, só acaba quando deixamos de lutar e nos entregamos, e pode ser que você morra realmente por dentro, mas pode ser que depois de tanta dor o seu coração encontre um caminho para sobreviver, pra recomeçar. E pra você que não amou ainda...se é que você exista, preciso dizer que isso vai acontecer um dia, mas não vou dizer que esteja preparado pois nunca estará... digo apena que procure amar, quem precisa ser amado, porque duas pessoas que sentem a mesma dor, alegria, sentimento costumam se entender e se completar melhor... Não ame que tem amor próprio demais, por que ele já se basta... não terá tempo, nem espaço pra outro amor.

quinta-feira, janeiro 19

heróis de uma guerra silenciosa


    1. GILBERTO DIÓGENES pré-candidato a VEREADOR PT elogia a posição de JOSIVAN PT em se comprometer a pagar o FGTS dos Servidores. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM) vai convocar seus associados para encontro especial – em sua sede – no dia 3 de fevereiro, em horário ainda a ser definido. O compromisso será com o pré-candidato a prefeito pelo PT, professor-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido, Josivan Barbosa. - Assinarei documento me comprometendo a produzir meios ao pagamento do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) assegurado na Justiça, mas que não foi pago pelo atual governo – avisa Josivan ao Blog. Ele diz que eleito à prefeitura, terá essa obrigação como uma das prioridades com o servidor, haja vista ser um direito legítimo. Essa situação foi gerada ainda no período em que a atual governadora – Rosalba Ciarlini (DEM) – era prefeita. Deixou a “herança maldita” para sua antecessora – Fátima Rosado (DEM), a “Fafá” – que duelou com o Sindiserpum na Justiça e continua postergando a cobertura do compromisso, através de gincanas processuais. - Eu tive uma situação muito parecida quando assumi a Ufersa, conseguindo dar uma solução pacífica e dentro da lei – finaliza Josivan. 
    2. O (SINDISERPUM) é um verdadeiro exercito em uma constante batalha pelos direitos dos servidores públicos em nosso estado. e nessa guerra sem fim os soldados mais bravos são aqueles que não tem tanta visibilidade na mídia, no entanto são aqueles que dariam a vida pelo que acreditam, são eles que estão nas trincheiras cara a cara com o inimigo, sempre conquistando silenciosamente o melhor para uma vida mais digna de seu povo, são eles que sentem o peso das derrotas, embora estejam sempre prontos para levantar-se para uma outra batalha. Gilberto Diogenes é um desses soldados, destinado, incansável, apaixonado pelo que faz, humilde, e acima de tudo corajoso, esse "soldado" ganhou a admiração de muitos pela sua honestidade e valentia. E agora está pronto pra mais uma grande batalha, e esta nas nossas mãos dar-lhe as armas necessárias pra que ele lute por nós quando o dia chegar.

segunda-feira, janeiro 2

Aos meus amigos Sandinho e Yuri Alves.



A poucos dias a vó amada de um amigo faleceu, dias depois a mãe querida de um outro amigo também faleceu, e eu me pego pensando em tudo isso, em como somos pequenos, impotentes, e despreparados para enfrentar a morte. Todos sabemos que ela é inevitável, que todos passaremos por isso,mas como se acostuma a dizer adeus a quem se ama tanto, como passar os últimos minutos do lado desse alguém implorando para que ela pudesse te ouvir, só pra você dizer te amo pela última vez, ou pela primeira. Como simplesmente virar as costas para sempre para uma pessoa que sempre esteve do seu lado, e te trazia tanta paz, esquecer o sorriso, o timbre da voz, as conversas longas... Ter que voltar pra casa e viver a vida enquanto todos te pedem pra ser forte, quando é você quem tem que ver as fotos na parede de um sorriso que já nem existe mais, ter que sentar sozinho na mesa e olhar para a cadeira vazia, onde ela costumava sentar tão feliz, nunca mais ouvir a voz dela no celular, preocupada, chateada, dizendo que te amava,te dando uma bronca, queria ouvir mil broncas dela novamente, queria dizer-la que a ama muito, não... queria só abraça-la forte, e ela saberia que é amor.
Nunca entenderei essa dor, tenho medo da despedida. Não conseguiria me limitar a viver poucas horas antes de dizer adeus, Precisaria mais que nunca dos meus amigos, Para ter a quem dizer que não consigo, para ouvir que tudo iria ficar bem, para fingir que acredito e tentar viver essa mentira, para fechar os olhos e abraçar forte, pra esquecer um pouco da morte, para depois gritar, com toda minha força, extravasar,colocar pra fora o que não conseguiria carregar por nem um minuto. 
Tenho tanto medo de pensar nisso que em nenhuma das ocasiões fui ao funeral e enterro. Por que não saberia o que dizer, nem poderia, talvez um abraço, me sentiria inerte, fraco e incapaz de encontrar palavras    para de alguma forma diminuir a dor desses amigos. Tento me colocar no lugar deles, só pra me permitir sentir um pouco essa dor, assim me sinto menos ausente, menos impotente... Mas é preciso dizer que isso passa, essa dor passa, é óbvio, depois vem a saudade, depois a lembrança boa, o sorriso volta aos poucos, e depois já da até pra falar de forma carinhosa e saudosa, Pode parecer infantil mas é mesmo bom lembra-las como uma estrela, nos olhando de um lugar distante, nos guiando até o fim de nossas vidas.



                                                                                                      Com carinho; João paulo.